1.Descreva
a sinapse química.
A
informação é transmitida por neurotransmissores liberados no
terminal pré-sináptico que se liga a receptores no terminal
pós-sináptico. Na célula pré-sináptica, o potencial de ação
abre canais de cálcio, que entram na célula, provocando exocitose
do neurotransmissor (vesículas sinápticas se fundem com membrana e
liberam o neurotransmissor). O neurotransmissor se difunde na fenda
sináptica, liga-se aos receptores e produz variação no potencial
de membrana da célula pós-sináptica, podendo ser excitatória ou
inibitória. Se o neurotransmissor é excitatório, causa
despolarização; Se é inibitório, causa hiperpolarização.
2.Interprete
o gráfico do potencial de ação (p.20)
Potencial
de Repouso: Em repouso a permeabilidade ao potássio é alta e eles
se difundem para fora da célula gerando potencial de difusão, que
impulsiona o potencial de membrana do potássio em direção ao seu
potencial de equilíbrio. A condutância ao sódio é baixa.
Curso
ascendente do potencial de ação: uma corrente de influxo, resultado
da dispersão da corrente em locais vizinhos, causa despolarização
da membrana em direção ao limiar, o que provoca a rápida abertura
das comportas de ativação dos canais de sódio. A condutância ao
sódio aumenta, resultado em uma corrente de influxo de sódio. O
potencial de membrana é despolarizado mas não atinge o potencial de
equilíbrio do sódio.
Repolarização
do potencial de ação: depois de um retardo, as comportas de
inativação dos canais de sódio respondem a despolarização e
fecham os canais de sódio terminando o curso ascendente. A
despolarização abre os canais de potássio e aumenta a sua
condutância para um valor até mais alto do que ocorre no repouso. O
fechamento dos canais de sódio e a maior abertura dos canais de
potássio torna a condutância ao potássio muito maior que a
condutância ao sódio, resultando numa corrente de efluxo de
potássio, e a membrana é repolarizada.
Pós
potencial hiperpolarizante: Por um breve período que se segue a
repolarização, a condutância ao potássio é mais alta que em
repouso e o potencial de membrana é impulsionado para mais próximo
do potencial de equilíbrio do potássio. Depois disso a condutância
ao potássio retorna ao nível de repouso e o potencial de membrana
se despolariza ligeiramente voltando ao potencial de repouso.
3.Como
age um mediador químico via receptores nas células-alvo?
O
mediador químico se liga a receptores no terminal pós-sináptico
provocando variação no potencial de membrana, que pode ser
excitatória ou inibitória, produzindo alteração fisiológica. O
receptor pode estar acoplado a proteína G (receptor metabotropíco)
induzindo ativação de segundos mensageiros, que resultam na ação
fisiológica. O receptor pode ser também ionotrópico, abrindo
canais de íons que se difundem através da membrana e provocam ação
fisiológica.
4.Descreva
os termos da equação de Nernst e quais suas conclusões.
E=
-2,3RT/ zF log10 [Ci]/[Ce] onde
E=
Potencial de equilíbrio (mV) ; 2,3 RT/F = constante [60mV a 37°C];
z= carga do íon (+1 para o Na+; +2 para o Ca2+; -1 para o Cl-) ; Ci=
concentração intracelular (mmol/L); Ce= concentração extracelular
(mmol/L)
Conclusão:
O potencial de equilíbrio é o potencial de difusão que equilibra
ou se opõe à tendência para difusão do íon a favor do gradiente
de concentração. A equação de Nersnt calcula o potencial de
equilíbrio do íon para uma diferença de concentração através da
membrana, ou seja, converte a diferença de concentração do íon em
uma voltagem.
5.
O que ocorre com os nociceptores durante a hiperalgesia inflamatória?
A
pele lesada libera várias substâncias químicas que desencadeiam a
resposta inflamatória. Os vasos ficam permeáveis, e como
conseqüência, ocorrem edema local e hiperemia da pele. Os
mastocitos próximos do local da lesão liberam histamina que ativa
diretamente os nociceptores. Além disso, os axônios dos
nociceptores liberam substâncias que sensibilizam os nociceptores
para estímulos que não eram antes nocivos ou dolorosos. Esse
processo de sensibilização, chamado hiperalgesia, é base para
vários fenômenos, inclusive diminuição do limiar para dor.
6.
Descreva os termos da equação. Que conclusões podem ser tiradas?
Em=
gK/gT Ek + gNa/gT Ena + gCl/gT Ecl
Em=
potencial de membrana (mV) ; gK + etc= condutância do K+ etc (mho,
inverso da resistência) ; gT= condutância total (mho);
Ek+
etc = potencial de equilíbrio do K+ etc (mV)
Conclusão:
É o modo de avaliar a contribuição de cada íon em relação ao
potencial de membrana. Os íons com maior condutância impulsionam o
potencial de membrana em direção aos seus potenciais de equilíbrio,
enquanto os de baixa condutância tem influencia pequena no potencial
de membrana.
7.
Explique a relação entre campo receptivo e resolução sensorial.
O
campo receptivo define a área do corpo que, quando estimulada,
resulta em uma variação da freqüência de disparo de um neurônio
sensorial. Este neurônio é responsável pela codificação dos
estímulos do ambiente. A codificação começa quando o estimulo é
transduzido pelos receptores sensoriais e continua com a informação
sendo transmitida para níveis mais elevados do SNC. Uma ou mais
características do estimulo são codificadas e interpretadas, essas
características são modalidades da resolução sensorial. Quanto
menor o campo, maior a resolução.
8.Descreva
e explique o reflexo miotático (de estiramento) do estimulo à
resposta motora. Quais as diferenças desses para o reflexo flexor de
retirada?
O
reflexo miotático é exemplificado pelo reflexo patelar, que tem
somente uma sinapse entre os nervos aferentes sensoriais e os
neurônios eferentes motores. O reflexo acontece da seguinte maneira:
quando o músculo é estirado, as fibras aferentes são ativadas e
sua freqüência de disparo aumenta. Estas entram na medula espinhal
e fazem sinapses diretamente com os motoneuronios, ativando-os.
Quando eles são ativados eles causam contração do músculo que
originalmente foi estirado. Quando o músculo se contrai, diminui o
estiramento do fuso muscular. O fuso muscular retorna ao seu
comprimento original e a freqüência de disparo do grupo aferente,
retorna ao seu estado original. Simultaneamente, a informação é
enviada pela medula espinhal para contração dos músculos
sinérgicos e relaxamento dos músculos antagonistas.
9.
Quais os papéis dos núcleos de base e do cerebelo?
Os
núcleos da base recebem informações de todos os lobos do córtex
cerebral e tem projeções para o córtex frontal para regulação do
movimento. O cerebelo é uma estrutura cujas funções são: a
coordenação, o planejamento e a execução dos movimentos, a
manutenção da postura e a coordenação dos movimentos da cabeça e
dos olhos. Integra informações sensoriais sobre posição,
informações motoras e informações sobre o equilíbrio.
10.
O que são fusos neuromusculares?
Os
fusos neuromusculares são estruturas alongadas compostas por fibras
musculares intrafusais e inervadas por fibras nervosas sensoriais e
motoras. São receptores de estiramento, cuja função é regular o
comprimento das fibras musculares extrafusais quando estiverem
encurtadas (pela contração) ou alongadas (por estiramento).
11.
Quais os determinantes do fluxo iônico transmembrana? Explique.
Ocorre
a diferença de potencial de uma membrana que irá acelerar o fluxo
se, por exemplo, um cátion estiver se difundindo para uma área de
carga negativa e diminuirá se o cátion estiver se difundindo para
uma área de carga positiva. Além disso, os canais iônicos formam
vias para os solutos com carga se deslocarem através das membranas
celulares. A condutância dos canais é controlada por comportas que
são reguladas por voltagem ou ligantes. A difusão do íon permeável
a favor do seu gradiente gera o potencial de difusão. Quando vários
íons são permeáveis, cada um tenta impulsionar a membrana em
direção ao seu potencial de equilíbrio. Os íons com maiores
permeabilidades contribuem mais para o potencial de repouso da
membrana.
12.
O que acontece com a inibição dos receptores muscarínicos?
A
inibição dos receptores muscarínicos deve causar sintomas de
diminuição da salivação (boca seca), dilatação das pupilas
(devido a ação não-antagonizada do sistema nervoso simpático
sobre os músculos radiais), aumento da freqüência cardíaca e
dificuldade de urinar (causada pela perda da capacidade contrátil da
musculatura da bexiga).
13.
Qual a participação do córtex motor (pré-motor, suplementar e
primário) no movimento voluntário?
Os
movimentos voluntários são comandados pelo córtex motor, por meio
das vias descendentes. O córtex motor consiste em três áreas:
córtex motor pré-motor, córtex motor suplementar e córtex motor
primário. O córtex pré-motor e o suplementar são as regiões do
córtex motor responsáveis pela geração do planejamento do
movimento. O córtex motor suplementar programa sequências motoras
complexas e está ativo durante a “repetição mental” do
movimento, mesmo na ausência do movimento. O córtex motor primário
é responsável pela execução do movimento. Padrões programados de
motoneurônios (são neurônios que inervam as fibras musculares) são
ativadas pelo córtex motor primário. A medida que os motoneurônios
superiores do córtex motor são excitados, essa atividade é
transmitida para o tronco encefálico e para a medula espinhal, onde
motoneuronios inferiores são ativados e produzem a contração
coordenada dos músculos apropriados.
14.
Explique as ações e efeitos celulares decorrentes da ativação de
ionotrópicos e metabotrópicos.
Receptores
ionotrópicos provocam abertura de canais de íons levando a
despolarização ou hiperpolarização da membrana. Receptores
metabotrópicos são acoplados a proteína G, e a ativação do
receptor provoca ativação da proteína G, que leva a uma sequencia
de eventos dentro da célula envolvendo enzimas, que levam à ação
fisiológica final.
15.
O que é potencial de equilíbrio?
O
potencial de equilíbrio é o potencial de difusão que equilibra ou
se opõe à tendência para a difusão a favor do gradiente de
concentração do íon.
Descreva
e explique o reflexo flexor de retirada dos estímulos à resposta
motora. Quais as diferenças desse para o reflexo extensor
(miotatico)?
O
reflexo flexor de retirada ocorre em resposta a estímulos dolorosos
ou nocivos. Fibras nervosas aferentes somatossensoriais e fibras
nervosas de dor iniciam o reflexo flexor, que causa retirada da parte
afetada do corpo do estimulo doloroso ou nocivo. Fibras aferentes do
reflexo flexor (grupo II, III, IV) são ativadas, fazem sinapses com
múltiplos interneuronios na medula espinhal. Do lado do estimulo
doloroso, reflexos provocam contração dos músculos flexores e
relaxamento dos extensores, produzindo a flexão do lado estimulado.
Do lado oposto, reflexos causam contração dos músculos extensores
e relaxamento dos flexores, produzindo extensão do lado
contralateral, chamado reflexo de extensão cruzada, que permite
manter o equilíbrio.
Diferenças:
no reflexo miotatico, ocorre uma so sinapse entre os neurônios
aferentes sensoriais e os neurônios eferentes motores; no reflexo
flexor de retirada, ocorrem inúmeras sinapses com interneuronios da
medula espinhal. No reflexo miotatico, o estimulo sensorial é
conduzido por fibras nervosas do grupo Ia, que são fibras de mais
rápida velocidade de condução. No reflexo flexor de retirada, o
estimulo é conduzido por fibras dos grupos II, III e IV, que são
fibras de média a baixa velocidade de condução. (as diferenças
também são continuação da questão 8 – reflexo miotatico).
Explique
a variação de resolução sensorial somática.
O
sistema somatossensorial detecta informações de tato, posição,
dor e temperatura. A informação sensorial é captada por
mecanorreceptores (para tato e propriocepção, com receptores que
detectam velocidade do estimulo e outros que detectam intensidade e
duração), termorreceptores (que detectam a temperatura da pele e
variações dessa temperatura) e nociceptores (que respondem a
estímulos nocivos capazes de produzir lesões ao tecido). Alguns
mecanorreceptores possuem adaptação rápida ao estimulo; outros
mecanorreceptores e os termorreceptores possuem adaptação lenta ao
estimulo.
Continuação
– potencial de ação
A
curva do potencial de ação demonstra os valores de despolarização
e repolarização da membrana celular durante a geração do
potencial de ação. A curva de condutância ao Na demonstra as
variações de permeabilidade a ele durante o potencial de ação;
durante a despolarização, a condutância ao Na aumenta
gradativamente, e em seguida diminui, o que coincide com a
repolarização do potencial de membrana. A curva de condutância ao
K demonstra as variações de permeabilidade desse íon durante o
potencial de ação; a condutância ao K aumenta enquanto a membrana
é repolarizada, e depois diminui, momento em que o potencial de
membrana volta para o repouso.
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