segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Amigo

Amigo existe?Não sei.
Minha saudosa avó dizia:
-  Carol, amigo não existe.
E eu retrucava:
- Existe vó, existe sim, são poucos mas existem.
Ela insistia:
- Carol, não existe. Escuta o que a vó tá falando. Amigo não existe, existe colega. Só confie na família.
Eu, inconformada, falava:
- Mas vó, pensar assim é muito triste.
  Nestes dias, voltei a pensar sobre isso.Nunca fui BFF de alguém, as tais amigas para sempre, melhor amiga (ou não tenho a sensibilidade suficiente para perceber que alguém me considera sua melhor amiga). Mas afinal, o que seria a melhor amiga? O que seria um amigo? O que podemos contar tudo? O que podemos confiar sempre? Sempre me vigio para não ME desapontar. Como posso confiar em alguém sempre? Não confio nem em mim sempre.
  Os defensores dos amigos me diriam:
- Como passar uma vida inteira sem confiar em alguém? Seria uma vida chata, sem graça.
  Será?
  Amigo é o boneco perfeito formado em nossa cabeça desde a infância.Automaticamente, quando pensamos neles vem a nossa mente palavras como cumplicidade, carinho, respeito, tolerância.A carga que os ditos amigos carregam é pesada.Nem os maridos e esposas possuem um fardo tão grande, já que somos instruídos pelos mais velhos:
- Casamento é difícil! Conviver com o companheiro debaixo do mesmo teto é complicado!
 Alguns até arriscam dizer para os solteiros:
- Não vai casar, sempre me falaram isso e eu não acreditei. Não vai fazer a burrada que eu fiz!
 Talvez, se pensarmos que amigo é uma pessoa que simplesmente entrou na nossa vida e pode sair dela a qualquer momento, sem necessariamente deixar de ser nosso amigo por isso, enfim deixar de lado aquela velha frase "Os verdadeiros permanecem".E começarmos nos comparar a eles, já que não somos totalmente confiáveis, amáveis, carinhosos e dispostos a ajudar.
  Talvez, TALVEZ, pensando assim, teremos mais amigos, caso eles existem.

Mudança

Texto que fiz na oitava série(9º ano)
A TV que você vê é a TV que você quer?
  Na pequena cidade de Socorro a TV já provocou muitas mudanças desde que os primeiros televisores foram comprados.
  Cadê as crianças brincando na rua nas noites de verão atrás de pequenos e divertidos vagalumes? Cadê os vizinhos conversando até altas horas? Cadê famílias em volta da mesa de jantar, conversando sobre seu dia?
  Mal sabia Benedito de Souza Pinto, um dos primeiros compradores do aparelho em Socorro, que o jogo de futebol saudável, a luta livre, o Chacrinha que tanto o entretinham se transformariam em violência e corrupção.Não sabia que aquela que por um momento unia os vizinhos em volta dela, hoje separa.Todos trancados em suas casas ou em seus quartos assistindo a sequestros, roubos e mortes.
  A TV precisa voltar a ser um meio de informação, e não de sensacionalismo.De entretenimento, mas claro, atendendo às novas exigências dos telespectadores que por força do hábito se tornaram mais exigentes.
  Acredito que hoje escreveria um texto diferente sobre este tema.Não sei se melhor( melhor? tudo depende do ponto de vista), mas diferente.Engraçado, lendo a redação pensava "Nossa, que legal!!!", ou "Não é bem assim", ou "Devia ter escrito mais sobre tal coisa". A escrita nos possibilita perceber, mais claramente, as mudanças e as semelhanças.
  Fiquei feliz, por notar isso.Tenho medo de pensar sempre do mesmo jeito, tudo igual. Como diria, uma querida professora de português " Busque sempre o pensamento livre." Quem sabe, um dia, chego lá.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Ouvir

Hoje um episódio da minha vida, me fez refletir muito.
 Recebi a missão de escrever uma homenagem para os professores.Amo escrever e fiz com a maior alegria.
 Cinco horas da manhã, estava acordada para os últimos retoques. 
 Na escola, aceitei prontamente o pedido para que eu lesse na frente de todos(NA FRENTE DE TODOS).
 Peguei o papel e comecei a ler. Minhas mãos tremiam tanto, que perdi o controle sobre elas. Minha voz, felizmente, continuava firme, sem gaguejar.
 Quando estava lendo, não via nada. Era eu+papel+letras+tentativa de controlar as mãos(tentativa frustrante) .Neste momento percebi mais uma vez como somos frágeis, temos pouco poder sobre o nosso próprio corpo.Geralmente queremos dominar o mundo, as pessoas ao nosso redor e inúmeras  vezes o medo, nervosismo, preguiça é que nos dominam.
 Acabei de ler a homenagem e percebi que poucos ouviram o que eu disse, a maioria se concentrou nas mãos e passavam a imitá-las. Provavelmente, eu e grande parte da população teriam se concentrado nelas também, e passaríamos a fazer piadas.
 Valorizamos muito mais a imagem do que a fala, as palavras. Como deve ser difícil para as pessoas que possuem alguma deficiência física, ou que estejam vestindo uma roupa considerada cafona para alguns, tirar a nossa atenção da deficiência ou da roupa e conseguirem ser ouvidas.
 Na sociedade atual a liberdade de expressão é bem maior do que antigamente. A grande questão agora, não é poder falar mas sim conseguir ser ouvido. Falamos, falamos muito, no twitter, facebook,  blog, celular mas não somos ouvidos e não ouvimos ninguém.
Se você me ouviu deixe um comentário.
                                                          Obrigada :)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Igualdade

Igualdade?Onde?
Por onde anda?
Talvez esteja nas leis, na boca dos candidatos a cargos políticos; infelizmente, somente na boca.
Talvez na mente de jovens, adultos, velhinhos, pessoas cansadas de ouvir que vivem uma utopia.
Onde andaria a igualdade?
Não quero ouvir sobre ela, quero achá-la.
Onde andaria?
Talvez esteja com os grandes ícones mundiais que há tanto tempo a procuram.
Será que Bob Marley a encontrou?
E Nelson Mandela?
E Martin Luther King?
Mandela ainda procura, mas Marley, Martin e tantos outros morreram sem conhecê-la.
Será que, assim como tantos outros, morrerei sem vê-la?
Não quero.Não posso.Não desisto.
Afinal, assim como Luther King:"I have a dream". Eu tenho um sonho.